Especialmente em mulheres jovens, o cancro da mama apresenta-se frequentemente como biologicamente agressivo. No entanto, as hipóteses de sobrevivência são boas se for escolhida a terapia certa.
Os cancros mamários mais agressivos tendem a ser encontrados em mulheres com menos de 40 anos. Por exemplo, os tumores são triplamente negativos ou HER2 positivos. Um estudo de Portugal sobre 207 pacientes com menos de 35 anos de idade mostrou proporções mais elevadas de tipos de tumores mais agressivos [1]. Diagnosticaram tumores que eram 20% triplamente negativos, 28% HER2 positivos e 67% luminal B (contra 4% luminal A). Contudo, 85% das pessoas afectadas foram capazes de vencer o cancro. Apenas 26 pacientes tiveram metástases e três tiveram uma recidiva local. A sobrevivência foi maior em mulheres com tumores receptores hormonais positivos, seguidas por aquelas com cancro da mama HER2 positivo. O tempo médio de sobrevivência dos pacientes sem metástases foi de 130 meses, comparado com 37 meses para os pacientes com doença metastásica.
Um estudo suíço conseguiu também confirmar que a taxa de sobrevivência sem doenças é muito elevada com 94,3% após três anos e 91,2% após cinco anos em mulheres com menos de 50 anos [2]. Um total de 359 mulheres foram seguidas por recorrência do seu cancro da mama durante um seguimento mediano de 45,6 meses. Catorze pacientes desenvolveram uma recorrência local, seis metástases distantes e nove ambas. O tempo médio de recidiva foi de 31 meses. Os resultados mostram que o diagnóstico de cancro da mama numa idade mais jovem não está associado a um aumento da mortalidade ou a uma maior probabilidade de o cancro regressar. Por conseguinte, é importante que seja dado um tratamento adequado, independentemente da idade.
Fonte: ESMO Breast Cancer Conference 2019
Literatura:
- Eiriz IF, et al: “Breast Cancer in Young Women – a multi-center 10-year experience”. Anais de Oncologia 2019; Volume 30, Suplemento 3, doi:10.1093/annonc/mdz095
- Cima S, et al: “Recidivas precoces do cancro da mama em mulheres jovens”. Anais de Oncologia 2019; Volume 30, Suplemento 3, doi:10.1093/annonc/mdz095
InFo ONCOLOGY & HEMATOLOGY 2019; 7(2-3): 36 (publicado 21.6.19, antes da impressão).