O Hospital Infantil de Zurique anunciou recentemente que os investigadores conseguiram fazer crescer a pele no laboratório que contém vasos linfáticos e sanguíneos. Isto significa que a pele de substituição poderia cumprir cada vez mais as funções da pele humana natural no futuro.
Para poder substituir com sucesso pele queimada ou escaldada por pele produzida artificialmente, esta deve conter o maior número possível de estruturas que estavam presentes na pele ferida. A equipa de investigação “Tissue Biology Research Unit” no Hospital Infantil de Zurique conseguiu agora isolar todas as células de pele necessárias do tecido de pele humana, inicialmente no laboratório. Isto torna possível produzir um substituto de pele que é semelhante à pele cheia.
Linfas e vasos sanguíneos
O que faltava até agora aos substitutos da pele eram sangue e vasos linfáticos, pigmentação, glândulas sudoríparas ou folículos e nervos capilares. Embora um substituto de pele constituído por epiderme e subcutis tenha sido possível durante algum tempo, a equipa de investigação conseguiu agora cultivar um órgão mais complexo que forma um substituto de pele completa com sangue e vasos linfáticos, isolando todas as células de pele necessárias de uma amostra de pele humana. Estes capilares sanguíneos e linfáticos, desenvolvidos pela primeira vez, garantem um fornecimento vascular eficiente e rápido ao substituto cutâneo, o que representa um grande avanço na biologia molecular dos tecidos e na medicina regenerativa e melhora a cura.
Para a equipa de investigação, os três pontos seguintes foram particularmente surpreendentes:
- As células dos vasos linfáticos removidos organizaram-se espontaneamente no laboratório em capilares linfáticos que possuíam todas as características decisivas.
- Tanto o sangue humano produzido artificialmente como os capilares linfáticos relacionados com os dos animais testados em experiências pré-clínicas.
- Os vasos linfáticos estavam funcionais.
Contudo, os complexos substitutos de pele, incluindo aqueles sem sangue e sem vasos linfáticos, têm ainda de ser aprovados.
Fonte: Comunicado de imprensa Kinderspital Zurique, 30 de Janeiro de 2014, Zurique
- Daniela Marino, et al.: Bioengineering Dermo-Epidermal Skin Grafts with Blood and Lymphatic Capillaries. Medicina Translacional Científica. 29 de Janeiro de 2014. DOI: 10.1126/scitranslmed.3006894
PRÁTICA DA DERMATOLOGIA 2014; 24(1): 29