Na terapia de primeira linha da síndrome coronária aguda (SCA), o ticagrelor e o prasugrel provaram ser eficazes, segundo o PD Jan Steffel, MD, Zurique.
A síndrome coronária aguda (SCA) inclui angina de peito instável, enfarte do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (NSTEMI), enfarte do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (STEMI) e morte cardíaca súbita. PD Dr. Jan Steffel, médico sénior em cardiologia/ritmologia do Hospital Universitário de Zurique, apresentou o estudo de caso de um paciente do sexo masculino de 78 anos com diabetes mellitus tipo 2 diagnosticada há cinco anos. Teve um ataque isquémico transitório (AIT) dois anos antes e, desde então, tem estado em tratamento com ácido acetilsalicílico (ASA). Sofre de hipertensão arterial, que é bem controlada. Um dia acorda com dores de peito muito fortes. O diagnóstico mostrou uma oclusão da RIVA (“Ramus interventricularis anterior”), foi colocado um stent de eluição de drogas. “A questão agora é como se trata o doente. Aspirin® e clopidogrel, Aspirin® e prasugrel ou Aspirin® e ticagrelor?”, diz a PD Steffel.
Por exemplo, numa comparação directa com o clopidogrel, a terapia prasugrel mostrou uma redução significativa no número de eventos isquémicos, incluindo trombose de stent, mas um risco aumentado de hemorragias graves, especialmente em doentes após insulto cerebrovascular (IVC) ou AIT, num estudo de de 2007. [3].
O Ticagrelor reduz significativamente o número de enfartes do miocárdio fatais, acidentes vasculares cerebrais e mortes gerais devido a causas vasculares em comparação com o clopidogrel. Não há aumento significativo no número total de grandes hemorragias em comparação com o clopidogrel [4].
“Ticagrelor e prasugrel são globalmente superiores ao clopidogrel e, portanto, à terapia de primeira linha. No entanto, o prasugrel está contra-indicado no estatuto pós TIA ou CVI, e ressalva para a idade >75 yrs e/ou peso <60 kg. Ticagrelor acarreta o risco de bradicardia e dispneia, bem como de interacções medicamentosas. No entanto, em geral, existem bons dados para populações de alto risco. Clopidogrel é agora apenas uma droga alternativa se as duas novas drogas não puderem ou não puderem ser usadas”, disse o PD Steffel. Em casos individuais, a decisão pode ser difícil: O paciente acima já tem mais de 75 anos e já teve um TIA, pelo que o uso do prasugrel está contra-indicado, embora carregue menos risco de trombose de stent do que o clopidogrel.
Fonte: “Anticoagulação na fibrilação atrial e ACS – o fio vermelho para a prática diária”, Simpósio em Medidays, 2-6 de Setembro de 2013, Zurique
Literatura:
- Connolly SJ, et al: Apixaban em Pacientes com Fibrilação Atrial. N Engl J Med 2011; 364: 806-817.
- Connolly SJ, et al: Stroke. O Estudo de Observação Multicêntrica a Longo Prazo do Tratamento Dabigatran em Pacientes com Fibrilação Atrial (RELY-ABLE). Circulação 2013; 128: 237-243.
- Wiviott SD, et al: Prasugrel versus clopidogrel em doentes com síndromes coronárias agudas. N Engl J Med 2007 Nov 15; 357(20): 2001-15. Epub 2007 Nov 4.
- Wallentin L, et al: Ticagrelor versus Clopidogrel em Pacientes com Síndromes Coronarianas Agudas. N Engl J Med 2009; 361: 1045-1057 Setembro 10, 2009DOI: 10. 1056/NEJMoa0904327.
CARDIOVASC 2013; 12(5): 29
Especial do Congresso 2014; (6)1: 22-23