Aparentemente, as condições de trabalho nos hospitais têm-se deteriorado de forma maciça para os jovens médicos assistentes. Para muitos, a semana de 50 horas está no limite do que é viável. O trabalho que precisa de ser feito já não pode ser feito por várias pessoas no tempo atribuído. Os médicos chefes instruem os seus assistentes a não comunicarem as suas horas extraordinárias, caso contrário ele – o chefe – teria problemas com o director do hospital ou mesmo com o legislador.
A pressão é aparentemente tão grande que os médicos explorados já não são capazes de lutar por si próprios. Procuram protecção do seu sindicato, como os trabalhadores da construção civil e os trabalhadores da cozinha na indústria hoteleira. Os médicos individuais raramente lutam pelos seus direitos localmente. Confiam na VSAO, que até se queixa em público das condições deploráveis. E os patrões? Eles defendem os seus colegas na gestão do hospital?
A pressão que foi criada com os DRGs parece também ter transformado muitos deles em médicos do tipo “fist-in-the-bag”. No exterior, tudo parece estar em ordem. Quanto tempo mais? Porquê? Os médicos estão em falta. Ainda hoje se comportam como durante a pletora médica: submisso e acreditando na autoridade. Isto tem talvez algo a ver com o processo de selecção? Os conformes são seleccionados? A formação transforma-nos médicos em prestadores de serviços simplificados?
Em Berna, o plano é de utilizar ainda mais o avião no futuro. O Conselho Federal já criou seis postos para determinar directamente em Berna quais os prestadores de serviços que devem ganhar quanto e onde na Suíça. O fundo único de seguro de saúde é suposto ajudar com isto.
Está contente por o Estado estar a defendê-lo? Como empresário, já não precisa de se preocupar com o futuro. Tornam-se prestadores despreocupados de serviços ao fundo único de seguro de saúde gerido pelo Estado. É uma pena que no futuro a profissão independente de médico deixe de existir, mas apenas os prestadores de serviços do Estado!
A propósito… Continuo a ser médico e não me vou transformar num prestador de serviços nem num fornecedor!