Níveis elevados de colesterol LDL são um risco para o desenvolvimento de aterosclerose. Qual é o benefício clínico dos inibidores PCSK-9 para a redução do colesterol?
Ao nascer, a concentração de colesterol LDL é inferior a 50 mg/dl e depois aumenta até à idade adulta. Os valores de 125 mg/dl não são então invulgares. No entanto, níveis muito baixos de colesterol LDL reduzem – de acordo com a informação actual – o risco de ataque cardíaco e AVC em um terço. Há possibilidades de baixar os níveis através da inibição da HMG-CoA reductase com estatinas, absorção de colesterol com Ezetimibe ou aumento da degradação do LDL com inibidores PCSK-9, como o Prof. R. Eberli, Zurique, assinalou. Estes últimos já provaram o seu efeito em vários estudos. “Os inibidores PCSK-9 reduzem o colesterol LDL em 60%”, informou o perito. Têm também uma boa pontuação em termos de segurança: Não houve indicações de perturbações musculares ou neurocognitivas. Os anticorpos são muito raros e as reacções alérgicas ocorrem apenas ocasionalmente.
Mas e quanto ao benefício clínico do novo regime terapêutico? Os grandes estudos de parâmetros FOURIER e ODYSSEY demonstraram principalmente uma redução nas taxas de enfarte do miocárdio (1,9% e 1,0%, respectivamente) e uma redução nos eventos cardiovasculares (2% e 1,6%, respectivamente). Em contrapartida, o risco de mortalidade cardiovascular e de mortalidade por todas as causas não pôde ser melhorado. “Os inibidores PCSK-9 podem ser utilizados na prevenção primária e secundária para reduzir eventos cardiovasculares, dentro da limitação dada pela FOPH”, concluiu Eberli.
Fonte: Curso de Revisão de Zurique em Cardiologia Clínica
CARDIOVASC 2019; 18(3): 38 (publicado 7.6.19, antes da impressão).